Wednesday, May 12, 2010




nome popular da Viola tricolor

O amor-perfeito é uma delicada flor de origem europeia, com curta duração e muito utilizada desde tempos remotos. Em França é conhecida por “pensée” (pensamento), porque os amantes presenteavam-se com ela como garantia de não serem esquecidos, quando se ausentavam. O amor-perfeito, à semelhança de outras flores, também tem as suas histórias e particularidades. Pequeno e delicado, pode surgir com diversas cores, como o branco, o roxo, o lilás, o amarelo, o castanho, o azul, ou combinar diversas cores numa só. A sua flor arredondada e achatada possui uma forma que, por vezes, se assemelha a uma face humana.O amor-perfeito (viola tricolor) pertence à família das violáceas. O nome viola, de acordo com alguns estudiosos, seria o nome empregue por Virgílio e Plínio e, na língua grega, teria a forma de Ion. E é esse vocábulo grego que nos remete para uma velha lenda: a lenda da jovem Io. Segundo esta lenda, Zeus havia-se enamorado perdidamente por essa jovem, mas ao constatar que despertava mais uma vez os ciúmes de Hera, sua esposa, e que esta estava prestes a descobrir mais uma das suas aventuras amorosas, transformou a sua apaixonada numa novilha que pastava a seus pés. Com pena da jovem, e para evitar que esta se entediasse com uma dieta alimentar feita exclusivamente de ervas, fez com que a terra produzisse belas flores, um alimento feito só para ela e que deveria receber o nome de Io. Este, após a sua latinização e a sujeição a uma série de processos fonéticos, deu o nome latino viola.Outra lenda diz que as pequenas flores adoradas por Eros (Cupido) eram inicialmente, apenas brancas como o leite. Afrodite (Vénus) para o provocar e reduzir o seu interesse por elas tê-las-á tingido de púrpura.Sendo uma das flores preferidas dos antigos gregos, eram usadas pelos atenienses para prevenir a dor de cabeça e o enjoo.Os chineses, uma utilização similar. Os Celtas e Romanos para preparar cosméticos e perfumes. Na Idade Média, os feiticeiros acreditavam que elas afugentavam o mal. Em Inglaterra, chegaram a ser usadas como um elixir do amor. Uma poção feita desta flor era colocada sobre os olhos de alguém adormecido, fazendo com que essa pessoa, ao acordar, se apaixonasse perdidamente por quem visse em primeiro lugar. Crê-se que esta terá sido a grande inspiração para a obra de “Sonhos de uma noite de Verão” de Shakespeare. Nela, as pingas de uma poção mágica são deixadas cair sobre os olhos adormecidos de Titânia, a rainha das fadas. Ao acordar apaixona-se pela primeira pessoa que vê, um simples camponês, dando origem a uma série de desventuras amorosas.Esta é a comprovação de que ao longo da história, as violas foram sendo utilizadas como medicamento. Ainda hoje, as suas propriedades medicinais são referenciadas em todos os alfarrábios de medicina alternativa. A sua propriedade é indicada para o tratamento de abcessos, dermatoses, faringites e irritação de olhos, etc.Para finalizar, falta fazer referência a uma das propriedades do amor-perfeito que poucos têm conhecimento: é uma das poucas flores inteiramente comestível e que pode ser usada na gastronomia sem qualquer restrição, quer na confecção, quer no adorno. Como nota final, e caso deseje explorar esta vertente do amor-perfeito, convém advertir que, à semelhança do que acontece com qualquer outro produto vegetal, a sua ingestão nunca deve ser feita de forma curiosa, escolhendo flores sem produtos tóxicos e lavando-as cuidadosamente.

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